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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Momento Mastercard


Innntão que ele atravessou a sala em passo firme, veio me olhando nos olhos, segurou minha mão e caminhamos juntos até o centro do salão. Não trocamos uma palavra sequer, apenas seguimos nossos sentidos.

Deu-me sua mão, chegou bem perto do meu pescoço e começamos a dançar. Dançamos juntinhos, curtindo a música, desfrutando cada momento.

Ao final, ele me deu um beijo melado no rosto, olhos nos meus olhos e disse: - Mais “tuco” mamãe! (mais suco mamãe).

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Que venha o Inverno!!

Innntão que hoje está -10ºC, mas com sensação térmica de -18ºC.

Como mãe prevenida que sou, resolvi ceder à cultura e comprar um Schneeanzug (algo como terno de neve). Ele é térmico e evita que os pequenos passem muito frio andando pelas ruas.

Vejam se não ficou cuti cuti, parece mais um pequeno astronauta, não?

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Baby oder Kleinkind



Innntão que Pitico acordou esta madrugada e não quis mais saber de dormir. Dei mamadeira, troquei fralda, cantei, e nada. Resultado, como Mozão estava viajando, e é ele que tomba Pitico nestas horas, levei minha cria para dormir comigo.

Entre cantar Meu Pintinho Amarelinho, Der kuku und der Esel e My Way (Sim, Pitico sempre gostou de Frank Sinatra, e uffa, sempre funciona), fiquei lá pensando no meu baby, onde é que ele foi parar?

Não, Pitico não sumiu, explico: na Alemanha há 2 palavras muito usada para crianças que as diferenciam muito. Por exemplo Baby é realmente para bebês e Kleinkind seria algo como criança pequena, mas aqui se usa exatamente a partir dos 18 meses.

Fiquei lá, no escuro, pensando, cantarolando para meu menino de quase 20 meses, e que agora oficialmente é um Klein Kind. Meu Deus, o meu baby cresceu! Mas eu ainda me lembro dele deitadinho no acolchoado no chão se virando de barriga pra baixo. Uau, uma piscada e ele rolou. Depois ficava horas tentando voltar para posição inicial. Daí para começar a se arrastar foi outra piscada de olhos. Bam, lá estava meu bebê embaixo do sofá, esfregando sua barriga pelo chão. Um descuido e o meu bebê já estava sentando sozinho, logo depois se agarrando nos móveis e treinando os primeiros passos. Entre bundadas e levantadas um belo dia meu bebê deu seu primeiro passo sozinho, e depois outro e não parou mais.

Ainda ontem ele falava Mamamamamamam, de repente pela manhã foi Mama Kult (ele queria Yakult). Logo em seguida, com suas botas de inverno nas mãozinhas veio perguntando “Ich trabaiá” (algo como eu vou trabalhar, mas trabalhar para ele significa ir para escolinha, notaram a bilingualidade?). E então notei que meu bebê agora é um menino.

Ai, meu filho, como é difícil essa sua vida de Kleinkind. Vejo você querendo comer sozinho, mas acertando apenas 50% das colheradas na boca. Leva uma vida para comer tudo, mas me contenho em te ajudar, pois você quer fazer sozinho. As roupas que quero te vestir já não te interessam mais, você quer escolher e vestir sozinho. No banho, sempre me faz sinal com as mãozinhas de que precisa de mais 5 minutos, e eu deixo. Mas na hora de dormir, quando me beija e me diz tchau-tchau, você ainda é meu bebê.

Esta noite foi assim, eu e meu bebê, madrugada a fora, cantando e vendo a neve cair até adormecermos, cansandos de tanto pensar.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Dia da Lanterna, o resumo



Innntão que finalmente tivemos o dia da Lanterna. A tarde-noite estava limpa, sem chuva e muito fria. Chegamos pontualmente as 16h30 na escolinha como combinado e encontramos um mar de pais esperando na porta. As crianças ainda estavam lanchando as guloseimas que levamos pela manhã. Euzinha acordei bem cedo e fiz pães de queijo e treinei Pitico durante todo o caminho da escola para fazer “hummmm” para os pãezinhos da momy (alemão nunca comeu pão de queijo brazuca e quando a gente explica que é um tipo de “Käsebrotchen” eles pensam que é uma baguette assada com queijo por cima e não que o queijo esteja já na massa). Pitico bem treinado entregou os pãezinhos à professora fazem o “hummmm”, meu coração pulou mais rápido e fiquei feliz por ter um comparssa. Meu trabalho foi reconhecido e as professoras elogiaram o sabor diferente do meu pão de queijo.

Finalmente alcançamos nossa cria que chorava por algum motivo....acalma daqui, mostra o Teddy de lá até que ele ganha a lanterna dele da escolinha. Uma espécie de passarinho, meio esquisito, mas tinha sua graça. Mais um pouco de choro, pois ele ganhou uma esverdeada e um coleguinha ganhou uma amarelada. Acalma mais um pouco, mostra uma coisa, mostra outra, ufa, conseguimos vestí-lo e sair da muvuca.

Já lá fora, ficamos junto com outros pais e outras crianças aguardando pelo resto da tropa. Nesta altura Pitico não queria saber do pai, nem do Teddy e muito menos das suas duas lanternas. Enquanto a maioria das crianças ficavam, obedientes, com seus pais, posavam para fotos com a lanterna, explicavam coisas numa língua incompreensível que nem os próprios pais sabiam do que se tratava(que bom que não é só Pitico que fala a língua enrolada que ninguém entende), Pitico corria entre a multidão de um lado pro outro, nem aí para o evento em si.

Euzinha tentava em vão tirar alguma foto dele. Mozão se encarregou de carregar as lanternas e o Teddy e se certificar que Pitico não corresse para a rua. Trabalho inútil o meu, nem uma boa foto. Por algum motivo, que minha inteligência desconhece, a máquina estava muito lenta, e quando batia a foto, pummm  o momento já tinha passado. Praticamente todas as fotos estão somente com as costas do Pitico. Uma pena.

Começa a romaria. A idéia era dar a volta no quarteirão e terminar na pracinha da igreja onde haveria uma pequena comemoração e aí sim a grande romaria. Preciso dizer que tudo estava tão lindo, tanta gente junta, tanta lanterna, o coral cantando, adultos com tochas, uma coisa linda, e ao mesmo tempo que eu pensava que isto é uma tradição quase milenar, meu coração pulsava mais rápido.

Muiiito frio, Pitico inquieto com a touca, com a luvas, incomodado e incomodando, resolvemos sair à francesa e ir para casa levando na nossa recordação um espetáculo que a máquina fotográfica não conseguiu registrar.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

De novo não.......


Innnnão que estou ficando cansada desta vida de febre do Pitico....Pode ser que seja da vacina que ele tomou na semana passada, mas pode ser que não, como disse a simpática secretária do pediatra.

Por via das dúvidas, consulta hoje de novo.

Sei que a preocupação quando se tem um filho não acaba nunca, mas dá um dó vê-lo todo molinho e gemendo de dor...preferia mil vezes que fosse comigo, mas que ele estivesse brincando feliz.

Por falar em feliz, ontem quando o peguei na escolinha ele tinha uma marca de unhada no rosto e estava até sangrando. Fiquei muito brava, e a professora veio logo me dizendo que é normal nesta idade, e que ela não viu quem foi, mas que eles estão a todo tempo se mordendo e se arranhando. E euzinha, no auge da minha indignação, respondi em bom alemão berlinense (dizem que os Berlinenses são mais diretos e por isso são tidos por mau educados ou grossos) “não podemos tirar os dentes das crianças, mas como pais podemos aparar as unhas, não acha?“. Poxa, já tem criança que nem banho toma, coitadas, agora meu filho voltar pra casa arranhado e sangrando porque alguma mãe ou pai destraído não cortou as unhas da sua cria?

Innnntão que um pai que estava buscando o seu filho no mesmo momento e, depois que a professora se foi, disse-me para eu não me preocupar, pois o seu primogênito também era assim como o Pitico quando entrou na escolinha, hoje em dia ele revida e se defende. Allllôooo? Primeiro, está chamando o Pitico de bundão? Segundo, e isso lá é motivo de orgulho?...meu sangue latino subiu e respondi ao digníssimo senhor com muita elegância: “eles têm ainda muito tempo para aprender, mas isto é o tipo de coisa que eu não aceito, pois daqui a pouco trazemos crianças para escola e buscamos terroristas. O mundo não precisa de mais violência, e com este comportamento, estamos criando monstrinhos, e não bebês.” Silêncio na salinha......

Mozão acha que eu fui muito dura....como não estou nem aí em criar polêmica, e isto é mesmo meu pensamento, tenho certeza de que este pai foi dormir pensando....ou talvez incentivando seu guerrilheirozinho a bater no Pitico na próxima oportunidade....fato é que se Pitico voltar pra casa de olho roxo eu já sei de quem suspeitar.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Mães não são divertidas....


Innntão que Pitico cortou seu cordão umbilical. Decidiu que já é um homenzinho, e como tal deve andar em companhia de homens de verdade. Parece até poético, se não fosse trágico, para mim, que sou a mãe dele e ele ainda tem apenas 1 ano e meio.

Pitico me rejeitou ontem. Não quis vir para meu colo, e preferiu o colo do pai, o qual tinha passada já um bom tempo depois da escola. Eu fiquei desconsolada. Meu humor mudou, a alegria em ter uma carona para casa e a ilusão de uma noite alegre com meu filho e marido morreram ao descer do carro.

Há dias Pitico vem chorando para ir para escola porque não quer deixar o pai sozinho, ou não quer ficar sem o pai. E eu tenho cada vez mais ganhado o papel de carrasca e megera, pois tenho que levá-lo aos prantos escada abaixo, e ainda por cima, após retirá-lo da companhia do seu herói, ainda o entrego às tias da escolinha e vou embora. Mas no meio da tarde o herói volta, e salva a criancinha abandonada pela mãe, e em seu mundinho tudo fica bem de novo. Até que a mãe megera chega em casa e começa a colocar as coisas no lugar:

- Mozão, kd o bico?
- Não sei, está por aí. (E eu penso, aí onde criatura?)
- Pitico desce daí!
- balfiudfdlsedfdsdf aga? (Pitico protestando)
- Não filho, aqui não, momy tá cozinhando, é perigoso. Brinca ali ó, depois vamos comer comidinha gostosa.
- Blagh (como ele sabe que tem legumes de novo?)
- Vem filhote, olha tem cenourinha, batatinha, carinha, feijãozinho (eu já impaciente, pensando se a máquina de lavar deu conta da roupa, que horas vou tomar banho, se vou conseguir lavar o cabelo e secar para ficar com cara de gente)
- Blsfdkfdus Danke (Pitico se revolta e empurra o prato)

Pitico percebeu que tem uma mãe ordeira, que pesquisa demais, que lê demais sobre educação infantil e que se preocupa demais em ter a casa em ordem. Pitico se deu conta que tem uma mãe que está mais fora de casa e menos dentro dele. Que o tempo em que ela está em casa ela prefere ir para cozinha a sentar no chão e brincar com ele. Ou ela prefere ver TV a jogar bola com ele. Ele ainda não entende que meu corpo precisa de uma pausa. Que minha mente precisa se desligar com coisas tolas. Tenho dado tanto de mim para os outros que tem sobrado muito pouco de mim para mim mesma. Tenho estado tão triste e frustada que não tem sobrado alegria para minha família, e Pitico, no auge de sua sabedoria infantil, não precisou de muita análise para perceber isso. Ele apenas observou, comparou e sentiu.

Papai é mais divertido porque faz aventuras perigososas e sempre tem um som novo com a boca para fazer os esfeitos especiais sonoros. Papai não grita e nem o obriga a comer legumes. Papai não coloca remédio no nariz. Papai come chocolate e me dá pedacinhos escondidos da mamãe. Papai me leva para passear de carro e me deixa ver filmes em seu computador. Papai não cutuca minha orelha tentando ver se está inflamada. Papai não anda atrás de mim com um lencinho para limpar meu nariz. Papai faz brincandeira sobre as mandices da momy e diz “ae Pitico, momy chegou!”.

Meu coração está chorando, minha alma está ferida, mas isto é só o começo do padecer de uma mãe no paraíso. Dizem que se mata uma mãe muitas vezes até ela decidir morrer. Ontem, como mãe, morri um pouquinho. Morri de ciúmes, morri de medo, morri de raiva por tê-lo carregado durante tanto tempo, doando meu corpo e minha forma, e agora recebendo como paga uma preferência pela alegria do seu herói.

Não estou desmerecendo as qualidades do Mozão, apenas estou constatando que não sou uma pessoa divertida....mães não são divertidas, mas são educadoras, disse Mozão tentando me consolar. Que sina essa nossa. Doamos parte do nosso corpo para gerar um filho. Doamos nossa forma para alimentá-lo. Doamos nossa libido para estar mais tempo com ele. Doamos nossa juventude para educá-lo. E em troca ganhamos algumas alegrias pingadas, alguns abraços febris e uns beijos roubados. Não, mães não são para serem divertidas. Mães são anjos de Deus enviados à terra para evitar que as crianças se cortem, sangrem demais, ou chorem demais porque o seu herói teve que ir viajar a trabalho. Mães são anjos e carrascos que colocam ordem para que os filhos possam descobrir as diferenças da vida.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Harley-Triumph


Innnntão que Pitico tem uma motoca, dessas de aprender a andar. Quando compramos levamos em consideração o que estava escrito na caixa: 4 em 1. Realmente cumpriu todas as 4 funções até agora, mas ontem descobri mais uma que o fabricante desconhece.

Fomos para a pracinha em frente de casa encontrar tia Ro e seu respectivo Pitico e resolvi levar a tal motoca. Pitico parecia um adulto mostrando um carro novo. Sentado em sua motoca ele ia dando tchauzinho para a gerente do restaurante da esquina e mandando beijo para a garçonete da sorveteria. De repente ele não estava mais montado em uma simples motoca infantil e sim em algo como uma moto Harley Davidson ou Triumph. Todas as crianças do play olhavam para Pitico cobiçando sua Harley-Triumph. E neste instante comecei a analisar melhor minha cria. Vi uma criança se transformar com os olhares alheios. Se colocou ereto e comprimentava todos os coleguinhas de classe com um jeito maroto que só criança quando percebe que está tendo atenção faz. Dava tchauzinho como que dizendo: - Hey, esta é minha Harley-Triumph e se você mexer comigo hoje, está aqui é minha mãe.

Tudo ia bem até que encontramos tia Ro e Lukas com sua bola. Pitico insandeceu, perdeu a compostura e voltou a se comportar como a criança de 1 ano e meio que é. Esqueceu-se completamente de sua Harley-Triumph e só via aquela bola. Ele só queria aquela bola, e gritava por isso. E não pensem vocês que minha cria não tem bola, ele só não tem aquela bola. Ahh, para registro, não era UMA bola, era só uma bola de plástico, destas que se compram em supermercado.

Tia Ro e eu nos entreolhamos e percebemos que haveria problemas. Lembrei da Harley-Triumph e ofereci a Lukas, que soltou sua bola mais do que depressa. Pronto, Lukas e Pitico satisfeitos brincando. Esta paz celestial durou cerca de 15 minutos. Durou até que Lukas percebeu que havia fila para o balanço e saltou da Harley-Triumph do Pitico. Pitico ainda continuava com a bola, por minha sorte. Motoca jogada oportunidade para criança mechilhona. Lá vieram umas tantas atrás, pois parecia coisa sem dono. Coloquei ordem na bagaça e estabeleci regras para uso. De novo tudo em ordem e pude trocar mais 2 palavras com tia Ro.

Pitico, innnntão se apercebeu que havia muita demanda para sua motoca e largou a bola de Lukas. Chegou dando voadora na coitadinha da lorinha que estava sentada em sua Harley-Triumph. Consegui apaziguar o choro da Cachinhos Dourados e entretê-la com sua própria bike. Mas não era o suficiente, Pitico queria guerra! (Isto me lembra que a professora disse que Pitico e Cachinhos Dourados têm um affair, e talvez por isso ele estivesse bravo com ela, vai saber). Foi até Cachinhos, deu de dedo e lhe tomou a bicicleta. Cachinhos olhava pra mim como quem diz: pô Sogra me dá um help. Coloquei os dois para conversar, como qualquer mãe sensata faria, e consegui que Pitico então andasse de bike e Cachinhos ficasse com a Harley-Triumph.

E assim se foi por todo o resto de tarde de ontem. Porém, a Harley-Triumph agora também é moeda de troca. Terminamos o dia todos felizes e Pitico pode brincar com uns 15 brinquedos diferentes e sua Harley-Triumph fez a felicidade de umas 15 criancinhas. Espero que Pitico tenha aprendido o conceito de negociação e faça mais escambos nas próximas visitas ao play.