segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Maratona de Berlim




Domingo de sol e pouco frio é um dia mais que propício para uma Maratona.

Em Berlim esporte tem outro significado, ainda mais quando se trata de Maratona. Diz-se que a população de corredores na Alemanha vem crescendo desde 1997 e hoje chega a 1,93/habitantes.

Esta Maratona foi record de corredores inscritos e record de público. Mas o que me chamou a atenção não foi só o fato do etíope Haile Gebrselassie ter ganhado e batido seu próprio record (42km195m em 2h03min59s), foi sim a animação do público.

Andando ao longo do percurso, era possível ver a vibração do público e a sua organização. Vários jornais das cidades confeccionaram brindes barulhentos para que os expectadores pudessem incentivar os corredores. Eu mesma peguei um belo brinde do jornal Berlin Morgen Post. Uma espécie de "catraca" de madeira, que ao girar emite um som de tec-tec. Claro que pode não ser ecologicamente correto, mas o brinde impressiona pelo acabamento (a Alemanha também é conhecida por seus brinquedos e perfeição em acabamento em peças de madeira).


Voltando aos expectadores, de tempos em tempos era possível encontrar grupos musicais. O primeiro que encontramos foi um grupo com um som bem familiar, tocando em um perfeito ritmo e numa sincronia quase suíça. Reconhecemos o estilo "batucada" e pensamos tratar-se do grupo de suporte aos corredores brasileiros. Não, tratava-se de um grupo de batucada alemão, vestidos ao melhor estilo baiano de capoeira.


Andamos mais um pouco e fomos atraídos por um ritmo mais calmo, e até sentamos para ver o grupo tocar. Uma bela banda de Jazz e Soul, tocando alí completa, sem pretensão.

Resolvemos continuar e encontramos o grupo de apoio aos corredores, parte da organização. Ali encontramos um grupo enorme de voluntários e barracas com aparatos modernos, onde era possível encontrar água, redbul, maça e banana. Tudo corretamente organizado de forma que o voluntário pudesse entregá-los aos corredores sem os atrapalhar.


Andando mais um pouco reconhecemos uma marchinha antiga de Carnaval, que na hora pensamos se tratar finalmente do grupo de brazucas. De longe avistamos as penas das sambistas, e o grito ritmado do apito do maestro. Não havia dúvidas. Agora sim, encontramos um grupo de brazucas. Depois de passar pela multidão que se aglomerava em volta, notamos que as sambistas tinham uma coloração de pele muito clara (o que não é nenhum problema). Mas chegando mais perto, descobrimos que todas as sambistas eram loiras e de olhos azuis. Chegando mais perto da bateria pudemos ver que todos os membros também era loiros e de olhos claros. Minha maior surpresa foi quando eu vi uma linda garota, de vestido longo e estandarte usando uma faixa com os dizeres: "Miss Suécia".


Ficamos perplexos! E nos demoramos ali por uns 40 minutos. Afinal tocavam boa música, eram afinados e ritmados, além de muito alegres.


Aqui vai o site do grupo Samba St. Olof: http://www.sambastolof.se/


Os brazucas? Encontramos. Vestindo um estranho uniforme laranja que mais lembrava os torcedores Holandeses....Samba? não, nenhuma música. Ritmo? nem sequer conseguimos descobrir o nome dos corredores participantes? Vibração? O único comentário que pude ouvir foi: "que terra fria, porque não fazem isto em um dia de verão?"...


E ontem, segundo os alemães, foi um belo dia de despedida do verão.....


Prefiro ficar com a alegria despretensiosa e o reconhecimento da superação humana que os alemães estavam transmitindo não só para os corredores da prova, mas também pelo encorajamento e estímulo dado aos corredores paraplégicos que também faziam parte do evento.

Parabéns a equipe organizadora e parabéns aos "Berlinas", que muitas vezes tem fama de rabugentos, mas que ontem mostraram muita animação e ginga, por que nao?

Obs: fotos divulgadas hoje no jornal Berlin Morgen Post.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Alegria, alegria

A alegria de uma sexta-feira só é suplantada pela alegria de entrar de férias......

:-)

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Motivos


Procurando, procurando, vasculhando fundo, e depois de um belo almoço sozinha, refletindo, consigo entender.

Eu não sou triste, eu estou triste. E essa tristeza não é pessoal. Ela tem fundo profissional.

Alguém aí acorda dando "hipp, hipp, hurra, hoje tenho mais um dia de trabalho"?

Trabalho porque preciso, e me entristeço porque não vejo resultado do meu trabalho. Não, não estou falando de resultado financeiro....estou falando de realização pessoal.

Confuso? Tristeza não é pessoal, mas a realização sim? No fundo, e no final das contas, eu sou um ser humano, uma pessoa, então a coisa é pessoal...mas só tem haver com minha vida profissional, entendeu?

Meu chefe nem é tão chato, mas o modelo de negócio da empresa não ajuda ninguém a ser feliz....O mercado está desaquecido, os competidores estão ganhando mercado e os consumidores estão insatisfeito. A empresa não oferece recurso técnico suficiente para atingir um time to market satisfatório e acha que só aumentando o investimento em marketing os competidores vão ficar com medinho e voltar pra caverna....

No fim de cada semana, as únicas pessoas que têm que dar explicações sobre os números são os CMs (eu me incluo nesta categoria)...porém é proibido acender uma vela e iluminar a escuridão da ignorância.....mas a pergunta no fim é sempre a mesma... Por que?

Dialética



É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...

Vinícius de Moraes