domingo, 21 de fevereiro de 2010

Unbefristet

Hallöchen,

Mais uma boa notícias esta semana: saiu meu visto permante, ou unbefristet.

Estivemos no Ausländerbehorde esta semana, e eu estava crente que iria receber somente uma prorrogação do meu visto por mais 2 ou 3 anos. Qual não foi minha surpresa quando a atendente me disse que "es geht um Unbefristet visum" (o assunto é sobre o seu visto permante - tradução livre). Fiquei eufórica.

Como funciona: normalmente qualquer brasileiro pode ficar até 3 meses na Alemanha sem precisar de visto. Depois disso prisão e deportação. Há diferentes tipos de vistos: estudante, trabalho, união familiar, asilo político..etc... O meu caso é união familiar, póis sou casada com um teuto-brasileiro, ou meio brasileiro, meio alemão. Assim, logo que nos mudamos para cá, nós solicitamos meu visto de união familiar.

O visto permanente leva de 5 anos para mais para ser concedido a um estrangeiro. No meu caso foi super rápido, demorou somente 3 anos. O processo normal é ir renovando até que o governo entenda que o cidadão está totalmente adaptado à cultura e ao país. Bom sinal pra mim, não?

Bom, fato é que agora significa que eu posso permacer ad eternium por aqui sem precisar renovar meu visto. Significa ainda, que se eu quiser, eu posso me aplicar para ter a cidadania alemã, com identidade e passaporte.

Bom, estamos super felizes pois em 3 anos eu cheguei aqui sem falar quase nada de alemão, frequentei a escola, arrumei emprego, pago imposto, fui promovida 3 vezes e tive um filho. Meu marido brinca que eu sou mais alemã do que os próprios alemães (daí o nome do blog). Agora vou me aplicar para a cidadania e então serei realmente uma alemã.

Gruß

Kitaplaz


Hallöchen,

Este post é para comemorar que meu pequeno príncipe foi aceito em um Kindergarten, ou vulga escolinha. Ele já poderá começar no dia 07 de abril, o que para mim é ótimo, pois vou voltar a trabalhar no dia 06 de abril. Vamos ver como será a fase de adaptação. Depois conto tudo.

O Kindergarten, ou Kita (abreviação em alemão), ou em bom português "escolinha", é bem parecido com o do Brasil. A única diferença é que não é você quem escolhe a escola, e sim, a escola é que escole você.

Você pode inscrever seu filho em uma escolinha do seu bairro, ou em uma perto do seu trabalho. Como a maioria são escolinhas do governo, é necessário que você inscreva seu filho enquanto você ainda está grávida. Motivo? A quantidade de vagas. A licença maternidade é de 1 a 3 anos. A partir de 3 anos a vaga é garantida para qualquer criança. O estado (Governo) entende que se há uma licença maternidade de 3 anos é para que a mãe fique em casa com o baby até que ele tenha idade para frequentar a "escolinha". Por outro lado, as empresas preferem que as mãezinhas não fiquem tanto tempo longe do trabalho, e voltem o quanto antes (o que é meu caso). Assim, para que seu filho seja aceito antes de ter 3 anos você deve iniciar a maratona ainda grávida. Pesquisar, visitar e inscrever o baby.

Como funciona: todas as escolinhas, por lei, são obrigadas a ter um número mínimo de bebês a partir de 1 ano. A grande pegadinha está em quando o baby faz 1 aninho. Se o baby faz 1 aninho fora do ano letivo, terá que esperar até o próximo para ser aceito. Este foi o meu caso.

Lukas nasceu em Abril, o que significa que ele teria 1 ano bem no meio do ano letivo. O ano letivo aqui começa em Agosto/Setembro. Assim, em agosto passado ele ainda não tinha idade para ir para escola, e em Agosto próximo ele já teria 1 ano e meio. O problema é que peguei 1 ano de licença maternidade, o que significa que tenho que voltar quando ele completar 1 ano.

Bom, tínhamos um problema: nenhuma escola tinha vaga para ele em Abril. Somente se algum aluno passasse para a próxima turma, morresse ou se mudasse. Assim, este post é para comemorar que ele conseguiu ser aceito por uma das 10 escolas em que ele foi inscrito. Não me pergunte qual foi o caso, pois sinceramente eu fiquei tão feliz que nem perguntei à diretora.

Lá traz eu disse que é a escolinha que escolhe você e não o contrário. Por que? Porque, dependendo da escola, eles dão preferência para filhos de alemães, depois para filhos de estrangeiros, e se for uma escola regida por uma igreja, eles dão preferência para as crianças filhas de pais pagantes do "kirchsteuer" (já comentei sobre isso aqui). Ahh, e você tem que ligar frequentemente para escola e reafirmar seu interesse.

Bom, o importante é que vou poder voltar a trabalhar e meu filho vai poder ir para escola.

Gruß

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Elevador e Garagem, como fazem falta!


Hallöchen,

Sumida, sumida...hehe, não tem desculpa. Ou melhor tem sim: 3 meses de férias na casa de meus pais e meus sogros no Brasil. Foi ótimo, um descanso, e foi muito bom principalmente para Lukas que ficou muito à vontade com o verão Brasileiro.

Sabem que gosto de escrever sobre as diferenças Brasil e Alemanha, e tenho que dar pontos neste post para o Brasil.

No meu prédio aqui em Berlim tenho por sorte elevador. É um elevador que foi adaptado do lado de fora do prédio, mas já uma ajuda com as compras, bebê e tudo o mais. O lado ruim é que é um elevador para transportar pessoa, e foi colocado ali como um auxílio. Ou seja, ele não foi planejado para ser usado por mais do que 2 pessoas.

Quando compramos o carrinho de bebê do Lukas, nem passou por nossa cabeça que a largura da porta do elevador poderia ser um fator importante na compra deste utensílio. Qual não foi nossa surpresa, quando chegamos em casa e o carrinho não entrava na porta. Tentamos de várias maneiras, e nada. O carrinho simplesmente é mais largo do que a porta. E agora? O que fazer? Subir os 5 andares de escada? Depois de muito matutar, e por sorte sou casada com um engenheiro, ele teve a brilhante idéia de retirar as rodas traseiras, que eram as mais largas. E pronto! Conseguimos entrar com o carrinho.

Tudo isso pra dizer que senti um conforto enorme no Brasil em poder entrar e sair de elevadores sem me preocupar com a largura da porta, e passar tranquilamente com Lukas por qualquer porta de elevador.

Outra coisa que eu não sabia que ia amar, e agora sentir falta. Praticamente todos os edifícios no Brasil tem garagem no subsolo. Ou seja, você entra no elevador no seu andar e desce até a garagem onde seu carro a espera. Diferentemente de Berlim, onde quase todos os prédios são antigos e restaurados, com no máximo 5 andares, e a garagem fica......na rua. Exatamente, você desce, e entra no seu carro na rua. Estacionado como tantos outros perto do seu prédio.

No verão eu não senti tanto problema, a não ser ter que todos os dias buscar uma vaga para estacionar perto do prédio. Mas, agora no inverno, é terrível descer com criança e ainda andar bem devagarinho sobre a neve que já congelou, e ter sorte de não escorregar até chegar no carro. Então retirar a neve do pára-brisa, vidros e portas laterais, e só então poder entrar no carro.

Mas é a vida, e tenho que admitir que eu já estava sentindo falta de Berlim depois deste tempo todo no Brasil.

Gruss,