quinta-feira, 28 de outubro de 2010

De novo não.......


Innnnão que estou ficando cansada desta vida de febre do Pitico....Pode ser que seja da vacina que ele tomou na semana passada, mas pode ser que não, como disse a simpática secretária do pediatra.

Por via das dúvidas, consulta hoje de novo.

Sei que a preocupação quando se tem um filho não acaba nunca, mas dá um dó vê-lo todo molinho e gemendo de dor...preferia mil vezes que fosse comigo, mas que ele estivesse brincando feliz.

Por falar em feliz, ontem quando o peguei na escolinha ele tinha uma marca de unhada no rosto e estava até sangrando. Fiquei muito brava, e a professora veio logo me dizendo que é normal nesta idade, e que ela não viu quem foi, mas que eles estão a todo tempo se mordendo e se arranhando. E euzinha, no auge da minha indignação, respondi em bom alemão berlinense (dizem que os Berlinenses são mais diretos e por isso são tidos por mau educados ou grossos) “não podemos tirar os dentes das crianças, mas como pais podemos aparar as unhas, não acha?“. Poxa, já tem criança que nem banho toma, coitadas, agora meu filho voltar pra casa arranhado e sangrando porque alguma mãe ou pai destraído não cortou as unhas da sua cria?

Innnntão que um pai que estava buscando o seu filho no mesmo momento e, depois que a professora se foi, disse-me para eu não me preocupar, pois o seu primogênito também era assim como o Pitico quando entrou na escolinha, hoje em dia ele revida e se defende. Allllôooo? Primeiro, está chamando o Pitico de bundão? Segundo, e isso lá é motivo de orgulho?...meu sangue latino subiu e respondi ao digníssimo senhor com muita elegância: “eles têm ainda muito tempo para aprender, mas isto é o tipo de coisa que eu não aceito, pois daqui a pouco trazemos crianças para escola e buscamos terroristas. O mundo não precisa de mais violência, e com este comportamento, estamos criando monstrinhos, e não bebês.” Silêncio na salinha......

Mozão acha que eu fui muito dura....como não estou nem aí em criar polêmica, e isto é mesmo meu pensamento, tenho certeza de que este pai foi dormir pensando....ou talvez incentivando seu guerrilheirozinho a bater no Pitico na próxima oportunidade....fato é que se Pitico voltar pra casa de olho roxo eu já sei de quem suspeitar.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Coisas de Alemão

Innntão que vc descobre que um país atingiu um certo nível de civilização quando você entra no metrô para trabalhar e logo em seguida entra um senhor e senta-se ao seu lado. Até aí tudo bem. O referido senhor carregava sua bicicleta, coisa comum por aqui, onde você pega o metrô com sua magrela até um determinado ponto, ou até o fim do seu trajeto.

Por alguns instantes eu fiquei com a sensação de que conhecia aquele senhor de algum lugar e me esforcei para me lembrar da onde. Puff, o tiozinho do Partido Verde. Por que eu lembrei? Porque hoje ao tomar café da manhã eu estava assistindo ao jornal matinal e havia uma matéria sobre a votação de um exame que se faz em inseminação artificial que identifica se a criança será saudável ou terá alguma doença. De posse deste exame os pais podiam até o momento decidir por implantar o embrião ou descartá-lo. A votação no Bundestag desta semana discute se este exame deverá continuar sendo feito ou não, pois o debate envolve causas bem profundas a partir do embrião, que já é considerado uma vida. Ou seja, quem tem o poder de decidir sobre uma vida? O Estado, os Pais, o Médico, o Laboratório? Vou me informar melhor e depois volto neste assunto.

Voltando ao tiozinho, que na verdade se chama Hans-Christian Ströbele e pertence ao Comite de Justiça e ao Comite de Relações Estrangeiras. Lá estava ele indo trabalhar, assim como eu, com sua bicicleta. Dá para acreditar? O cara é um Senador!! Quando vocês viram um senador no Brasil andando de transporte público?

Fato é que além da civilidade Alemã ser maior do que no Brasil, a educação é diferente. Quer ver um exemplo? Temos um casal de amigos onde ela é Doutora Neurocirurgiã Infantil e ele Advogado. Eles andam de bicicleta e usam transporte público e preferem sempre usar a escada ao elevador. E eles ensinam isso às duas filhas. Eles tem carro, mas este fica guardado para quando realmente se precisa ou para viagens. No dia a dia eles usam bicicleta e/ou transporte público para tudo. No Brasil seriam um casal com 2 carros na garagem, morando em condomínio de luxo e com no mínimo uma emprega doméstica full time.

Percebeu a diferença? Sabe quando o Brasil vai chegar neste nível? Quando um político for eleito por convicção, não tiver nenhuma regalia parlamentária e trabalhar por apenas um salário mínimo. Assim os outros meros mortais vão se dedicar a cuidar de suas famílias de outra maneira, e não como hoje onde todos tentam se defender como podem. A política vai deixar de ser a escapatória e dinheiro fácil de analfabeto espertinho.

Sinto vergonha e impotência diante da política brazuca. Temos um analfabeto como presidente que está tentando eleger uma terrorista. Temos um palhaço que foi eleito com um massacre de votos e que tem um promotor que está tendo que se defender porque chamou o colega de sórdido. E me diga se não é sórdido tentar forjar comprovantes escolares para que o palhaço possa ser empossado?

Sonho e vou continuar sonhando com um episódio da minha sétima série onde tínhamos que discutir CPI e entender o que isto significava. Sou grata a turma de professores que tive e que sempre se preocuparam em adicionar algo a mais nas matérias. Lembro-me de discutir com o Nerd da turma, que carinhosamente chamávamos de “Rodrigão” para diferenciar do “Rodriguinho” que era bom também, mas não tinha aquele aspecto de Bill Gates. Rodrigão era um crânio, daqueles gênios que nascem uma vez em cada século. E lembro-me desta discussão, onde no final eu disse que só uma mulher poderia resolver o problema e que eu iria me candidatar a presidente da república. E ele sabiamente me disse que era preciso ter 35 anos para iniciar na política, e eu respondi que eu iria iniciar direto como presidente em 2011. 2011 naquela época era um número distante, e rimos bastante no final da aula.

Sinto arrepios de medo de pensar que a profecia pode se concretizar com outra mulher. Mas continuo confiante que algum dia, mesmo velhinha, vou entrar em algum transporte público no Brasil e encontrar não somente um político, mas vários indo trabalhar.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Lantern Fest


Innntão que estamos quase no Halloween e a escolinha do Pitico resolveu fazer uma tal de “Festa da Lanterna”. Fui pesquisar e se comemora em parte da europa no dia 11 de Novembro e a procissão de lanternas comemora o Dia de São Martinho de Tours (St. Martin’s Day). Basicamente a história de São Martinho é que durante uma noite fria de inverno um mendingo lhe pede esmola, e como não tinha, ele decide cortar parte do seu manto com a espada e doar ao pedinte. Na mesma noite, em sonho, Jesus apareceu e lhe agradece por tê-lo aquecido. Martinho então decide abandonar o exército e se dedicar à religião.

Voltando à Lanterna, Pitico vai ter direito à tudo neste dia de São Martinho. Vão ter comilança na escolinha, vai haver apresentação de teatro e música, e depois, no final do dia, os pais vão fazer a procissão com as lanternas pelo bairro.

O detalhe é que por aqui VOCÊ tem que confeccionar a lanterna. Innnntão Mozão e euzinha fomos comprar o material para tal. Claro que faltou alguma coisa e Mozão teve que sair em baixo de chuva e frio para ir comprar cola, ontem, domingo, para podermos terminar nossa obra de arte.

Optamos por um kit, que vinha com tudo que se precisava para confeccionar uma Lanterna, inclusive instruções. Cética como sou, achei que eu não ia dar conta e já estava fazendo as contas mentais de quanto isto custaria se eu tentasse comprar de alguém, ou pagar alguém com prática e habilidade para fazê-lo....Quando abri o pacotinho vi que não tinha material para uma lanterna somente, mas para três. Ok, fiquei impolgada, e de tesoura e lápis em punho comecei a desenhar e recortar cartolina colorida. Meu objetivo era fazer o dragão da capa do kit.

Levei 3 horas (ok, poderia ter sido menos e não tivesse esquecido de comprar cola), e tcham, tcham, tcham....meu primeiro trabalho manual para meu filhote: A Lanterna Dragão.




Ficou ou não ficou fofo?

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Polizei


Innntão que sexta-feira passada estou saindo de uma vaga em um estacionamento e uma louca buzina e grita pra mim. Eu estava dando ré para sair da minha vaga. Não entendi muito bem, mas pelo escândalo parecia que eu havia batido no carro dela. Parei imediatamente e fui verificar o que estava acontecendo, ou o que tinha acontecido, pois não senti nenhuma batida ou o famoso totó. Aliás eu sou meio bundona para dar ré e por medo de bater eu sempre vou bem devagarinho, para o caso de bater não estrgar muito.

Mas este não era o caso da véia loca. Ela estava gritando comigo porque aos olhos dela eu tinha batido em um carro parado. Detalhe: o carro parado não era o dela. Não acreditando muito no que meus ouvidos ouviam, perguntei de novo em bom alemão: Wie bitte? Tipo, como? E olha que fui educada, pois não sou de comprar briga na rua com véia loca. E a alucinada começou a gritar mais alto e dizer que ia chamar a polícia. Como euzinha não tinha culpa nenhuma e nenhum motivo para me deixar intimidar pela fugitiva do manicômio, disse-lhe que eu mesma ia chamar a polícia.

Por sorte havia uma família colocando compras no carro e o senhor me chamou e disse, eu vi tudo e você não fez nada, mas chame sim a polícia porque ela pode complicar sua vida. Claro que peguei telefone, endereço, placa do carro e seguro social do cidadão. Nisto a dita cuja já estava com papel em caneta em punho anotando minha placa e a placa do carro supostamente batido, e já queria ir saindo de fininho. Chamou pra briga não chamou, agora aguenta.

Perguntei onde a serelepe estava indo, e a sonsa ainda me respondeu “às compras”. Não minha senhora, o circo está armado e a senhora vai ficar para ver o espetáculo. Fiz a fina e a véia loca teve que ficar ali esperando a polícia chegar.

Depois de 10 minutos chegam os policiais e me adiantei com um “desculpe chamá-los aqui por nada, mas esta míope senhora diz que bati neste carro aqui, porém, como os senhores podem ver não há nenhuma marca nem no referido carro e nem no meu que comprovem isto. E tenho aqui o testemunho de um senhor que viu tudo e confirmou que a senhora aqui em questão está causando confusão à toa.”

Vocês tinham que ver a cara dos policiais olhando um para o outro. Mas fizeram todo o procedimento e eu por segurança tirei fotos de todos os carros envolvidos e anotei os nomes dos policias que me atenderam (aqui não se registra BO se não há danos, apenas fica registrado no sistema que os policiais foram em missão em um horário tal e nada consta). Os policiais se despediram me assegurando que eu estava correta.

A Véia Loca? Saiu bravinha, pisando duro e xingando coisas que não sei o que significam, mas que pelo tom também não quero aprender. E com certeza, pelo visu da balzaca é de se afirmar que é uma pessoa solitária, solteira, com mais de 45 anos e que tem 15 gatos em casa (já reparou que solterona tem gato e não cachorro? ), do tipo véia fofoqueira que se mete na vida de todo mundo. Comigo não, violão.

Aí eu te pergunto? Não tem nada pra fazer não?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Doktor


Innnntão que estive um pouco fora de órbita nestes últimos dias. Tudo começou com uma leve febre do Pitico, que evolui para uma tosse assutadora, e depois vieram manchinhas pelo corpo, e a febre subiu, e a tosse aumentou...

Numa segunda-feira Mozão levou Pitico ao Pediatra, que estava de férias e tinha uma substituta que mais parecia uma estagiária, que como sempre, recomendou que observássemos, oferecessemos muito líquido e ar fresco. Mozão me ligou revoltado, e no mesmo dia resolvi buscar um novo pediatra. Lembrei de um que visitamos enquanto ainda estava grávida (é, eu sou freak planner) e que na época nos agradou bastante, mas ficava um pouco mais longe de nossa casa. Liguei, expliquei o caso, e pasmem, a simpática atendente nos encaixou para o mesmo dia no fim da tarde.

Fim de tarde lá fomos Pitico e eu para o novo Pediatra. Ficamos em uma salinha separada, porque os sintomas pareciam Rubéola. Medico availou, mexeu, cutucou, olhou, e tum: Bronquite Asmática. Ok, a tosse estava explicada e a febre. E eis que o Doutor me surpreende e diz, ela me preocupa e temos que investigar. Por hoje leve esta receita para a bronquite, e volte em 2 dias, e caso a febre não ceda, volte imediatamente. Agendamos uma consulta para a quinta-feira e sai mais confiante, porque ele não me receitou água e ar fresco, e ainda por cima me mandou voltar e disse que a febre o preocupava. Para você entender, nem sempre os médicos usam estas expressões por aqui para evitar proximidade.

Na quarta-feira Pitico ainda tinha pintas pelo corpo, e a febre não cedia. Ahh, as pintinhas era reação a uma overdose de antibióticos tomados duas vezes no mesmo mês. Liguei para o novo Dr, já aguardando um típico “Es muss sein” (tem que ser assim), algo que dizem para os pais tentando convencer que a febre é algo normal. Tá, é normal até um certo grau, mas depois dos 40 graus não é nada normal. Eis que ele estava em consulta e a simpática atendente pegou meu telefone promentendo que ele ligaria de volta. Pensei ahhh tá que ele vai ligar de volta. E não é que ele ligou? Procurou me acalmar, fez várias perguntas e me disse que enquanto o medicamento contra a febre estivesse fazendo a febre abaixar, eu não tinha motivos para me preocupar. MAS, ele queria trocar a consulta do Pitico para o dia seguinte em um horário mais cedo, pois ele queria fazer um exame de sangue. EXAME, esta palavra soou como música em meus ouvidos. Até hoje, ninguém nunca tinha se prontificado a fazer um exame no Pitico e determinar a causa do problema, apenas receitavam água e ar fresco, ou já metiam um antibiótico.

No dia seguinte, lá fomos nós para o tal exame de sangue. Pitico feliz da vida, sem saber o que lhe esperava. E já bem melhor das pintinhas e da tosse. Exames feitos, o Dr. me pediu para ligar no fim da tarde para saber o resultado, porém, temendo que fosse alguma bactéria e tentando economizar minha ida novamente ao consultório já me passou uma receita que somente deveria ser usada após os resultados dos exames ficarem prontos.

17h15 ligo eu para o consultório, conforme combinado. Não, os exames não ficaram prontos ainda, disse-me a simpática atendente (ela é realmente simpática), já prontamente confirmando meu telefone para  que o Doutor me ligasse de volta. 20h35 toca o telefone e pensei ser qualquer pessoa, menos o tal do doutor. Vocês acreditam que ele me ligou, explicou o resultado dos exames e disse que não tínhamos motivo para nos preocupar porque era algo viral e não necessitava de medicamento. Enfatizou que pelo tempo que Pitico vinha tendo febre, ele deveria melhorar nas próximas horas, e em caso negativo me deu ceu celular. CELULAR = telefone pessoal!!! Pitico realmente melhorou totalmente da febre e das pintinhas em cerca de horas. Sobre a bronquite, fizemos ali mesmo, já 8 horas da noite passadas, um agendamento da próxima consulta de revisão, que ficou marcada para esta quinta-feira.

Sexta-feira, 10h da manhã, toca meu celular e uma voz já conhecida me pergunta se eu quero que os certificados médicos sejam enviados pelo correio ou se eu quero passar no consultório para buscá-los (aqui você precisa de um atestado médico dizendo que a criança está apta e sadia para voltar para a escolinha, e um atestado médico para a empresa dizendo que a mãe, ou o pai, ficou em casa com a criança do período tal a tal, para que não seja descontado do salário do pobre coitado). Alô? Sabe quando que a secretária do antigo pediatra faria isso? Só não me senti no Brasil porque a secretária simpática não falava português.

Mozão estava viajando, mas por conta deste serviço maravilhoso apresentado, euzinha tomei a decisão sozinha: Pitico oficalmente tem um novo pediatra! Agora só falta preencher a burocracia alemã, uns papéis aqui e outros acolá para que os prontuários do Pitico migrem do antigo médico para o Dr. Wunderbar (aqui todo o sistema de saúde é integrado, e por isso você precisa de tal burocracia para manter os arquivos em ordem).

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Perfect Housewife


Innnntão que temos um Gourmet em casa. Mozão e eu sempre gostamos de boa comida, pois ambos viemos de famílias onde se cozinha muito e bem. Claro que com o Pitico não seria diferente. O indivíduo já sabe o que gosta, o que quer e principalmente quando quer.

Quando eu era mais nova sempre tinha em mente que eu deveria aprender a cozinhar porque eu sofreria muito se um dia tivesse filhos e eles só comessem comida congelada porque a mãezinha deles não sabia fazer nada na cozinha. Eu até imaginava o diálogo dos rebentos na escolinha>
- Ontem minha mãe fez uma lasanha que estava uma delícia (este era o coleguinha contando do jantar maravilhoso da sua mãe dona de casa perfeita)
- Ahh, ontem teve lasanha congelada, de novo. É que a minha mãe não se dá muito bem com a cozinha, mas se entende direitinho com o freezer e o microondas (este era minha pobre cria, sentindo vergonha, mas ainda amando a mãe que tinha e se justificando, coitadinho. Engraçado, nos meus sonhos sempre tive meninos, profecia?)

Eis que ontem, depois de sair mais cedo pela primeira vez, e Mozão já ter pegado Pitico na escolinha (e eu correndo feito louca no S-Bahn para chegar no horário e não ser a última mãe a pegar seu fiho...) resolvemos dar um pulinho em uma loja e comprar Fraldas (aqui não se vende fraldas em farmácias e sim em drogarias, que são lojas que vendem produtos de limpeza, produtos de beleza, mas não vendem comida. Nos supermercados, ou melhor nos mercados, você encontra comida, mas nem sempre produtos de limpeza....cada um no seu quadrado). Esta loja, além do que eu já citei tem um pequeno espaço para utilidades domésticas, daquelas que você nunca vai usar, mas adoraria ter. E innntão me encantei com uma fritadeira pequenina. Coisa de anão mesmo, mas como o preço estava bom, resolvemos levar para experimentar (por 12€ se não fizesse bagunça e nem deixasse cheiro na casa toda já seria uma bela conquista).

Fritadeira e fraldas em punho voltamos felizes para casa. Na hora do jantar estreiei (tô confusa com tanto eiei) a fritadeira com bolinhos de bacalhau e para Pitico tinha macarrão com presunto defumado em molho. Fritadeira funcionou perfeitamente, mas tenho que confessar que um poquinho de cheiro deixou sim, mas bagunça nenhuma!

Depois de pegar o jeito da fritadeira Mozão se empolgou e eu fui tomar um merecido banho e lavar meus cabelos. Quando eu volto está o meu filho Gourmet, sentado em seu devido lugar, com babeiro e colher em punho comendo. Achei lindo, pois o figura se recusa a jantar direito e sempre nos aplica o golpe da mamadeira (finge que está com sono, pede “mamá”, deita no berço, a gente acredita, fica feliz, a mamadeira acaba e ele volta feliz para a sala e dura mais umas 4 horas para ir dormir de verdade). Mas olhei melhor e não acreditei no que estava vendo: Pitico não tinha apenas 1 prato, e sim 2 pratos na sua mesinha. Para uma mãe isso é algo que não se vê todo dia e como não acreditava em meus olhos, fui mais perto. Agora é que entra a parte Gourmet: Pitico comia feliz da vida o seu macarrão com.......iogurte natural adoçado com geléia de cerejas. Vocês estão entendendo? Uma colherada no macarrão, e outra no iogurte.... Tá bom que eu gosto de algumas comidas que misturam doce com salgado, mas confesso que fiquei com medo do resultado desta combinação e prefiro acreditar que ele teve apenas uma idéia para um business novo: Como economizar tempo nas refeições comendo prato principal junto com a sobremesa.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Carreira?

Innntão que hoje começa finalmente meu “weniger Arbeit”, ou efetivamente minhas 30 horas semanais. Oficialmente começou no dia primeiro, mas eu ainda tinha horas não trabalhadas para compensar.

Saiu um artigo na revista Sternl alemã sobre Executivas bem sucedidas que desistem de suas carreiras por não quererem mais se subjulgar aos jogos masculinos de poder. Fato é que depois de ler o artigo tenho que admitir que eu me enquadro nesta categoria. Realmente me enxerguei no artigo, parecia minha vida. Recomendo:Karriere? Das tue ich mir doch nicht an!

Mas com esta diminuição de carga horária eu já estou sentindo os tapas com luvas de pelica, pois já não sou convidada para reuniões após as 16h e certos projetos mais significativos estão sendo passados para meus colegas. No fundo ninguém está fazendo nada de errado contra mim, pois fui eu quem acenou com a bandeira pedindo água. Tenho apenas é que me acostumar com esta nova realidade.

E você? O que acha de desistir de sua carreira em prol de sua prole e família?

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Big Apple

Innntão, você já se perguntou porque a chamam de Big Apple?  A Louis Vuitton fez um vídeo bem bolado para responder e de quebra dar dicas fashions...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Trabalho que eu gostaria de ter participado

Inntão que eu gostaria de ter tido esta idéia, ou ter participado de sua criação.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Mães não são divertidas....


Innntão que Pitico cortou seu cordão umbilical. Decidiu que já é um homenzinho, e como tal deve andar em companhia de homens de verdade. Parece até poético, se não fosse trágico, para mim, que sou a mãe dele e ele ainda tem apenas 1 ano e meio.

Pitico me rejeitou ontem. Não quis vir para meu colo, e preferiu o colo do pai, o qual tinha passada já um bom tempo depois da escola. Eu fiquei desconsolada. Meu humor mudou, a alegria em ter uma carona para casa e a ilusão de uma noite alegre com meu filho e marido morreram ao descer do carro.

Há dias Pitico vem chorando para ir para escola porque não quer deixar o pai sozinho, ou não quer ficar sem o pai. E eu tenho cada vez mais ganhado o papel de carrasca e megera, pois tenho que levá-lo aos prantos escada abaixo, e ainda por cima, após retirá-lo da companhia do seu herói, ainda o entrego às tias da escolinha e vou embora. Mas no meio da tarde o herói volta, e salva a criancinha abandonada pela mãe, e em seu mundinho tudo fica bem de novo. Até que a mãe megera chega em casa e começa a colocar as coisas no lugar:

- Mozão, kd o bico?
- Não sei, está por aí. (E eu penso, aí onde criatura?)
- Pitico desce daí!
- balfiudfdlsedfdsdf aga? (Pitico protestando)
- Não filho, aqui não, momy tá cozinhando, é perigoso. Brinca ali ó, depois vamos comer comidinha gostosa.
- Blagh (como ele sabe que tem legumes de novo?)
- Vem filhote, olha tem cenourinha, batatinha, carinha, feijãozinho (eu já impaciente, pensando se a máquina de lavar deu conta da roupa, que horas vou tomar banho, se vou conseguir lavar o cabelo e secar para ficar com cara de gente)
- Blsfdkfdus Danke (Pitico se revolta e empurra o prato)

Pitico percebeu que tem uma mãe ordeira, que pesquisa demais, que lê demais sobre educação infantil e que se preocupa demais em ter a casa em ordem. Pitico se deu conta que tem uma mãe que está mais fora de casa e menos dentro dele. Que o tempo em que ela está em casa ela prefere ir para cozinha a sentar no chão e brincar com ele. Ou ela prefere ver TV a jogar bola com ele. Ele ainda não entende que meu corpo precisa de uma pausa. Que minha mente precisa se desligar com coisas tolas. Tenho dado tanto de mim para os outros que tem sobrado muito pouco de mim para mim mesma. Tenho estado tão triste e frustada que não tem sobrado alegria para minha família, e Pitico, no auge de sua sabedoria infantil, não precisou de muita análise para perceber isso. Ele apenas observou, comparou e sentiu.

Papai é mais divertido porque faz aventuras perigososas e sempre tem um som novo com a boca para fazer os esfeitos especiais sonoros. Papai não grita e nem o obriga a comer legumes. Papai não coloca remédio no nariz. Papai come chocolate e me dá pedacinhos escondidos da mamãe. Papai me leva para passear de carro e me deixa ver filmes em seu computador. Papai não cutuca minha orelha tentando ver se está inflamada. Papai não anda atrás de mim com um lencinho para limpar meu nariz. Papai faz brincandeira sobre as mandices da momy e diz “ae Pitico, momy chegou!”.

Meu coração está chorando, minha alma está ferida, mas isto é só o começo do padecer de uma mãe no paraíso. Dizem que se mata uma mãe muitas vezes até ela decidir morrer. Ontem, como mãe, morri um pouquinho. Morri de ciúmes, morri de medo, morri de raiva por tê-lo carregado durante tanto tempo, doando meu corpo e minha forma, e agora recebendo como paga uma preferência pela alegria do seu herói.

Não estou desmerecendo as qualidades do Mozão, apenas estou constatando que não sou uma pessoa divertida....mães não são divertidas, mas são educadoras, disse Mozão tentando me consolar. Que sina essa nossa. Doamos parte do nosso corpo para gerar um filho. Doamos nossa forma para alimentá-lo. Doamos nossa libido para estar mais tempo com ele. Doamos nossa juventude para educá-lo. E em troca ganhamos algumas alegrias pingadas, alguns abraços febris e uns beijos roubados. Não, mães não são para serem divertidas. Mães são anjos de Deus enviados à terra para evitar que as crianças se cortem, sangrem demais, ou chorem demais porque o seu herói teve que ir viajar a trabalho. Mães são anjos e carrascos que colocam ordem para que os filhos possam descobrir as diferenças da vida.