quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Inverno chegando.....ai

Intão que tá chegando o inverno, intão que de novo não tenho roupas.....intão que vai rolar discussão com Mozão outra vez....

Simples: homens e mulheres têm necessidades diferentes de compras. Mozão por exemplo, se tiver 2 camisas, 2 camisetas, 2 camisetas polos, 2 calças jeans, 2 ternos e 2 bermudas tá felizão e bem vestido para qualquer ocasião. Temos que admitir que Mozão tem fraco para sapatos, mas eu deixo. Já eu euzinha preciso de um closet só pra mim....ou melhor, eu queria poder ter um closet só pra mim.

Não que eu não tenha muita roupa, pior é que tenho. A má notícia é que são da minha fase pré-casamento, outras do período pré-Alemanha, outras ainda do período pré-gravidez. E elas teimam em não me servir mais. Mas minha perseverança ainda as mantém vivas no meu guarda-roupas. Eu vou caber nelas de novo e estou me esforçando para isso.

A saga de poucas roupas vai continuar eternamente na minha vida, e não por causa do meu corpo, mas porque eu adoro uma coisinha nova. Não sou ligada em Marca e sim no famoso vestir bem, custar pouco e durar bastante. Assim, eu adoro comprinhas de oportunidade, que são o calcanhar de aquiles de Mozão.... Mozão precisa de razão, budget e aprovação. E quando ele vai às compras é de sacolada, porque ele tira tudo primeiro do ármário, doa, ou se desfaz e vai lá e substitui tudo de uma vez. Assim, ele faz compras 2 vezes, no máximo 3 vezes no ano. E tem também a parte da generosidade que Mozão deixa às vezes de comprar coisas para ele para eu poder ter meu momento roupitcha nova.

Ainda não sei como vou fazer, porque minha lista está meio longa para os padrões do Mozão:

- Casaco de invernão (vi um com a Sogrona que gostei e estava num preço bárbaro, mas infelizmente não estava no nosso planejamento familiar)
- Botas de neve (ainda estou pensando se botas de neve ou se o estacionamento do prédio....vai para a pauta de discussão com o Mozão junto com o item anterior)
- Botas pretas (as minhas são de 2007 e já estão pedindo bicos novos, pois tropeço que é uma coisa....Mozão, olha aí, já estou dando uma boa razão :0 )
- Cardigans tiozinho sukita (tenho 2 curtinhos, mas quero uns mais longos para usar com cinto....o que me leva ao próximo item da lista)
- Cintos (nunca tive fissura por eles, mas eles estão em alta e eu só tenho os basiquinhos de usar com calça jeans)
- Calça Jeans Levis para pessoas com curvas (tá bom, um pouco de frescurite, mas como tenho dificuldade em achar calças que fiquem bem, essa novidade parece ser o atendimento às minhas preces, será?)
- Blusas de frio mais estilozinhas, para trabalhar, sair, ficar em casa...enfim, blusinhas que componham um visu bonito mesmo depois que você tira o capotão)
- Lingerie

É lógico que na minha lista ainda cabem algumas bijus, batonzinhos, seruns..........

Mozão, que vc acha?

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Então, finalmente pude aproveitar um pouco da visitança da família e fazer um programa de adulto. Morzão e eu fomos pro cinema, parecendo dois adolescentes. Compramos pipoca, nachos com muuuuiiito molho, cerveja e seven-up (porque só vendiam coisas da Pepsi, e vamos concordar que só tomo Pepsi se for de graça em festa caipira. Aí Coca, oportunidade de negócios com o Sony Center). Fomos ver Inception, ou A Origem aí no Brasil.

Sentadinhos felizes, lugares pré reservados porque Morzão é super high tech, eis que chega a tchurma do lado. Maior cheiro de cigarro. Temos poucos preconceitos claros na nossa curta vidinha a dois, mas depois de 2 anos sem poder is sozinhos no cinema, ter tomado um belo banho de perfume novo que ganhei do Morzão da Burberry, sair de lá cheirando cigarro estava fora de cogitação. Morzão então trocou de lugar e rezamos para que o cinema não enchesse ninguém chegasse depois de certa hora pedindo o lugar. Mas como não era nosso dia de ganhar na mega-sena, chegaram a trupe do outro lado e Morzão teve que voltar para o seu lugar. Solução foi ele cheirar meu pescoço a noite toda.

Voltando ao filme, tenho que dizer que gostei. Filme com referências claras de Matrix mas muito bem feito. Até reconheci um dos atores que participou de 10 Coisas que odeio em Você. Nuossa, como ele cresceu. By the way o nome dele é Joseph Gordon-Levitt. Então, filme massa e tal, dizem que o pirado que fez a trilha sonora variou sobre uma música só e tal. Enfim, vale a pena.

Saindo do cinema, Morzão, como bom pensador que é, começou a viajar nas cenas do filme e a elocubrar longe. Saltou alto mesmo. Tanto que minha antiga professora de semiologia ia adorar ter uma longa conversa com ele. Mas como euzinha sou bem menos viajandona eu só conseguia imaginar o roteirista com os fodões da Warner tentando vender o peixe: então, é a estória de um cara que dorme num avião, e sonha, e ele envolve todo mundo no sonho dele, e ninguém na platéia vai conseguir distiguir quando for sonho ou realidade. Aí, um mais chutado acrescentou, vamos introduzir algo mais profundo, e vamos falar de novo do Mito da Caverna de Platão. Um chefão diz, pois é, legal, brincar com os opostos, luz e sombra, sonho e realidade, e tal. E algum outro concluiu, maneiro, será como plantar uma idéia na cabeça de alguém. Pronto, a merda tava feita e o roteiro do filme pronto. Sempre participo de um monte de reunião sem sentido, onde fala-se, fala-se e não se conclui nada e me pergunto todas as vezes como teria sido uma reunião que acabou em alguma coisa.

Isso tudo e não chego a conclusão nenhuma, e no fim acho que Morzão só queria um papo cabeça, mas eu estava cheia de seven up na cabeça e só queria falar bobagens. Às vezes é bom ser adolescente de novo.

Bom filme!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Sorvete

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

15 minutos de bobeira


15 minutos do meu almoço para vocês, ao som de Aretha Franklin.

Dia melancólico, sombrio e frio. Reflete bem o que meu coração sente e minha face apresenta.
Um casaço longo e distante, mas presente em cada mancha do meu rosto.
Dias duros, dias claros, dias e dias. Vão e vem como pessoas em filas de supermercado. Uma fúria, uma raiva, um monte de mercadoria para ser rapidamente passada pelo caixa.
Sacola, casa, comida, e volta tudo de novo. Ciclo. Vida de ciclos. E tudo se repete....

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Dia de faniquito

Então, a Copa se foi, o Brasil também, e a vida continua.

Estou aqui num momento de reflexão, ou de faniquito mesmo, como diz meu querido cabeleireiro.

Quando nos mudadmos para Berlim, sempre tivemos uma métrica para verificar o tempo de permanência por aqui. Tipo, enquanto a balança estiver equilibrada ou pendendo para o lado alemão, vamos ficando.

Mas tenho que dizer que ultimamente a minha balancinha interna tem tido vontade de pender para o lado do Brasil. Calma, não estamos pensando em voltar.

Mas, neste meu momento de faniquito, chego a conclusão, que para mim a vinda para a europa foi uma involução. Calma de novo. Vamos deixar de lado coisas como: aprender uma língua nova, ter as vantagens de morar em um país de primeiro mundo, conhecer outra cultura, etc...Coisas importantes, mas que neste texto vão ficar sem importância.

Geo uma vez disse que brasileiros de classe média não ficam morando muito tempo fora do Brasil. Na época discutimos bastante, e eu discordava. Hoje, num momento faniquito, estou tendendo a concordar. Aí vc me pergunta por que, criatura? Para responder, tenho que contar um pouco de estória...

Existem muitas brasileiras casadas com alemães vivendo por toda Alemanha e Europa. Muitas delas tinham uma vida simples no Brasil. Muitas passavam até necessidades, mas tiveram a sorte de se casar e vir morar na Europa. Isto ocorre normalmente com pessoas mais humildes e de classes sociais menos abastadas. Para muitas destas mulheres a vida na Europa é um conto de fadas que se torna realidade. Finalmente vão ter acesso a tudo que sonharam. E passam, então, a viver a vida do marido, e se sentem gratas por estarem morando aqui, pois comparativamente seu poder econômico aqui é maior, e a possibilidade de ter um filho educado e até cursando uma faculdade não é um sonho distante.

Feliz, ou infelizmente, para mim é diferente. Primeiro que sou casada com um brazuca e não venho de uma família abastada, mas também não venho de uma família paupérrima. Estudei sempre em escolas públicas e sempre trabalhei. Quiçá na época de faculdade eu trabalhava e estudava. Mas eu tinha certas mordomias que por aqui são realmente artigo de luxo. Agora começa o faniquito.

Quando eu morava no Brasil eu:
- tinha um carro, não era uma Mercedes, mas me levava onde eu queria ir;
- ia na manicure toda semana;
- ia no cabeleireiro e saia de lá me achando modelo de comercial de shampoo;
- tinha uma diarista que limpava minha casa, passava e guardava minha roupa, e fazia isso com calma, porque eu a pagava por dia de trabalho e não por hora;
- ia na farmácia e comprava amoxilina ou qualquer outro antibiótico e ficava boa logo logo, com o detalhe de ter farmácias abertas no fim de semana e até 24h;
- comia requeijão, pão de queijo e picanha;
- passeava aos domingos no shopping, depois de ter comido em algum lugar;
- fazia compras no supermercado a qualquer dia da semana ou hora do dia;
- era atendida por garçons com muita simpatia;
- se eu tivesse tido meu filho no Brasil, teria sido por cesariana com hora marcada e eu escolheria em que escolinha ele iria estudar
- se eu levasse meu filho doentinho no pediatra, este iria receitar algum remédio para que meu filho ficasse bom logo e não sofresse
- se eu levasse meu filho na escola, esta funcionaria pelo menos a partir das 7h30 e ficaria aberta pelo menos até as 18h30


Morando na Alemanha, eu tive uma involução:
- tenho um Mercedes, que fica estacionada na frente da minha casa e vou trabalhar de ônibus e metro. (Desta parte eu não reclamo, eu acho legal e até bem ecológico, afinal o sistema público de transporte daqui nem se compara com os do Brasil)
- eu mesma tenho feito minhas unhas porque é difícil encontrar uma manicure brasileira. Já tentei me adaptar às alemães, mas serviço não é o forte delas, e quando se deparam com minhas unhas limpas e de cuticulas tiradas, acham lindo e dizem que não tem nada pra fazer ali. Aí passam esmalte só no meio da unha, porque assim não precisa limpar as beiradas e nem em cima, ahh, e cobram uma fortuna por esta falta de serviço (tá bom pra vc mulher?);
- há um mês encontrei um cabeleireiro brasileiro fofo que me entende, mas até então era um sofrimento. Saía dos salões alemães parecendo Poodle em dia de tosa e com uma sensação horrível de ter pagado um absurdo para uma porcaria de serviço;
- tenho uma faxineira que só limpa onde o padre passa, e não posso exigir muito mais porque ela cobra por hora, e me custaria uma fortuna se ela fizesse o serviço como eu quero;
- remédio só com prescrição média, caso contrário ar fresco e água são santos remédios por aqui;
- salsicha, batata e chucrute
- ou faço almoço em casa ou vamos tomar um tal de brunch, que é uma mistura de café com almoço, e depois casa, porque shopping aqui não abre aos domingos;
- perco meu sábado fazendo todas as compras que não consigo fazer durante a semana porque estou trabalhando, e porque tudo fecha as 20h no sábado;
- a máxima “o cliente tem razão” na Alemanha se chama “o garçom é o rei”;
- comecei tendo meu filho por parto natural, sofri, e depois terminei em uma cesariana de emergência porque eles esperaram demais a natureza agir;
- na maioria das vezes o pediatra não gosta de me ver em seu consultório e sempre acha que Lukas está bem e com ar fresco e muito líquido ele vai melhorar rapidinho;
- a escolinha do Lukas abre as 7h30, mas fecha as 16h30, porém eu trabalho até as 18h, o que causa um certo conflito. Detalhe: a escolinha foi quem nos escolheu.

Perceberam a involução? Sentiram o stress? Agora digam se não tenho motivos para ter um faniquito?

Bjs,

Ps aos desavisados: este texto tem pretensões de ser cômico.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Copa do Mundo 2010

Que loucura, já começou!!! Aliás o Brasil até jogou. Não fez feio, ganhou. Mas também não fez bonito. Fez eficiente, do meu humilde ponto de vista de torcedora.

Por aqui, muitos comentaristas alemães falaram do jogo e senti um certo preconceito aliado a uma decepção. Na verdade acho que era dor de cotovelo mesmo.

O futebol arte do Brasil deu lugar a um futebol tático, cheio de toques e análises. Espera-se isso do futebol alemão, e por isso acredito que os comentaristas procuraram diminuir a atuação do Brasil.

Alemanha jogou muito bem. Venceu por 4 gols a seleção da Austrália. Mas pensemos: mais da metade dos jogadores alemães jogam em seu pais, e pelo menos 5 deles jogam no campeonato nacional no mesmo time, ao passo que a tradição de futebol na Austrália beira a inexistência e todos os jogadores ou jogam em pequenos times locais ou estão por aí, espalhados pelo mundo.

Eu acredito sim em entrosamento, química em campo. Afinal, são 11 pessoas que precisam confiar um no outro e deixar brilhar quando for o momento.

Voltando ao jogo do Brasil, senti falta de personalidade. Ou melhor dizendo, senti falta de jogadas individuais. Parecia que todos tinham que tocar uma determinada quantidade de vezes na bola, tipo um comunismo futebolístico onde todos têm que contribuir em igualdade. Mas futebol é um jogo de equipe onde se precisa de estrelas. Precisa-se daquela pessoa que corre mais do que as outras, do outro que chuta melhor, do outro que cobra escanteio como ninguém, do zagueiro "muro" que não deixa nada passar.

Para mim parecia que todos jogavam em todas as posições, sem ninguém com uma habilidade especial.

Bom, como brasileira que não desiste, continuo torcendo. Que venha a Costa do Marfim.

Rede social e ou seu social na rede?

Várias "tools" para dizer ao seu colega que necessita de ajuda em um "PPT". Envia um email, faz uma "call" pelo Skype, "twitta" e adiciona no Facebook.

Tudo isto para estar "IN". Tudo isto para fazer parte de um seleto clube global de anônimos. Anônimos desconhecidos, mas que de alguma forma reconhecem algo entre si. Quanto mais anônimos em diferentes redes, mais popular e querido este usuário se torna.

- Dá cá um abraço virutal! (Via emoticon)
- Não acredito que você ainda não tem esta APP!!!

E assim os anônimos escrevem textos com símbolos estranhos que tentam traduzir um sorriso, um olhar cansado, um momento de saco cheio, um beijo....

Prefiro meus 5 amigos pessoais que sei endereço de correspondência e telefone de cor, e ,que de qualquer parte do mundo, posso mandar uma longa carta ou um curto postal dizendo, e demonstrando simplesmente, que me lembrei dela.

Pegar o telefone e ligar apenas para dizer "Oi" e ouvir e, principalmente, sentir como a minha amiga está.

Rede Social, sim obrigada, mas apertos de mãos e olhos nos olhos, só para ir contra a maré e se exercitar um pouco.


P.s: esta blogueira não tem nada contra nenhuma rede social, aliás acha muito interessante o conceito e o business moda. Ela é apenas uma jovem velha que gosta ainda da maneira antiga de conservar amizades.